Foi com a capacidade de criar fantasias que os seres humanos se diferenciaram dos outros animais. Para convencer seus semelhantes a caçar ou plantar em grupo, um ou outro ser humano das cavernas criou histórias, promessas de sucesso para quem o seguir. Isso foi o começo de o que somos hoje.
Hoje, mais do que nunca, fantasias são criadas. Para divertir, emocionar, também promover trabalho em grupo, mobilizar multidões no consumo de um produto, promover um candidato político ou uma religião.
Do cristianismo evoluiu o Natal comercial, simbolizado pelo Papai Noel. E a fantasia do Papai Noel se tornou tão forte que há pais que a tornam real, simulando o envio de cartas e a colocação dos presentes no mistério da madrugada.
Isso pode ser de grande emoção naquele momento. Porém, imagine o efeito ao longo do tempo. Um dia, a criança terá que conhecer a verdade. Então pergunto: o que ela aprendeu dessa emoção potencializada? Poderá desconfiar de outras informações das pessoas? poderá se acostumar a fantasiar para levar vantagem?
Observe bem como lideranças familiares, empresariais e governamentais se comportam. Fazem afirmações eloquentes. Quando desmentidos, não se explicam, não pedem desculpas. Insistem em que acreditemos em suas histórias. Seus seguidores populares os defendem, criando novas fantasias como se fossem reais. Naturalmente, pois aprenderam assim quando crianças.
Inventar personagens e fantasias tem seu valor para despertar reflexões e criatividade. Porém, é necessário separar a fantasia do real.
Você pode dizer que isso não é simples. Não sabemos tudo de tudo. Mesmo assim, podemos começar com a boa intenção, procurando o bem comum e esclarecer o que é fantasia e o que é ciência quando alguém questionar.
O mundo será melhor à medida que os seres humanos se tornarem mais verdadeiros.