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Há diversas justificativas para que o Estado seja laico. Por exemplo: é preciso respeitar a diversidade religiosa; há incompatibilidades entre certos dogmas das religiões com as boas práticas de gestão pública; há incoerências nos textos sagrados que inviabilizam políticas públicas consistentes.
Mesmo assim, vejo como uma oportunidade para melhorar as religiões quando pastores levam as leis de seus livros sagrados para comparar com os sistemas de governo. Nos governos, mesmo com falhas, há a tradição de seguir indicadores na definição de políticas públicas, na decisão sobre investimentos e medição dos impactos. Os governos têm órgãos especializados que fiscalizam o atendimento ao cidadão. Órgãos de governo verificam a qualidade de produtos e serviços oferecidos e define normas que fornecedores precisam seguir. Com dados estatísticos baseados em indicadores bem controlados. Com esses indicadores definem quanto deve ser recolhido para garantir a aposentadoria do trabalhador. Podemos ter segurança ao tomar um remédio ou vacina porque são produzidos sob controles rígidos, com verificação de seus efeitos no organismo vivo. É preciso ter segurança de que a doença seja curada sem prejudicar o organismo.
Aprendendo com a gestão pública, os líderes religiosos podem levar para seus templos as boas práticas de definição de indicadores. Por meio de pesquisa bem elaborada, saberão por que as pessoas seguem ou deixam de seguir a religião. Poderão, assim, corrigir seus pontos fracos, deixando de pregar o que se mostrar falso, mentiroso. Vão definir indicadores para verificar se as leis antigas se aplicam nos dias de hoje. Poderão saber com mais precisão os efeitos das orações para informar às pessoas. Poderão calcular com alto nível de acerto o benefício em relação ao custo de cada centavo que a pessoa faz de doação à igreja.
Esses indicadores serão publicados em quadros de gestão à vista na entrada dos templos. Quem faz pedidos em oração saberá qual é a porcentagem de chance de ter um pedido atendido. Em sintomas da pandemia, saberá com segurança se deve procurar o hospital, ir à igreja ou orar em seu quarto (como Jesus recomenda em Mateus 6:6). Com indicadores consistentes, a pessoa poderá definir sua crença dentro de limites verificados e comprovados como saudáveis.
Juízes, com sua experiência em ler e interpretar leis, poderão colaborar com religiosos em verificar a validade das leis das escrituras, destacando as leis que melhoram nosso jeito de ser e de agir e orientando não seguir leis que provocam injustiça e sofrimento. Aqueles que enganarem aos outros com afirmações falsas da religião serão condenados a pagar os prejuízos.
Livros.