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Veja em vídeo.

Um costume para alguém verificar se é ou não é uma pessoa boa é perguntar sinceramente, cara a cara, frente a frente com o espelho:

– Espelho, espelho meu, sou ou não sou uma pessoa boa?

– É claro que você é uma pessoa boa. Se não fosse, eu já teria desistido de ser seu reflexo no espelho.

Isso é um autoengano. Um autoengano para anestesiar o incômodo quando se percebe não ter sido pessoa boa e precisa se perdoar. Melhor do que ter de se perdoar é ser pessoa boa.

Porém, não há uma regra ou lista de verificação para medir se uma pessoa é boa ou má, se tem bom jeito de ser. As ações também não são absolutamente boas ou más. Dependem de seus efeitos diretos ou colaterais, que podem também ser influenciados por outras ações imprevisíveis, mudando efeitos para o bem ou para o mal.

É importante que isso seja dito para que as pessoas não tenham medo exagerado de ser consideradas más. Com medo de ser consideradas más, as pessoas criam símbolos de bondade, acabando distorcendo sua própria imagem. Ou se silenciam, evitando apresentar suas ideias, suas boas ideias, para que não sejam julgadas. Esse silêncio não é positivo, já que, na falta de boas ideias, as ideias de pessoas más acabam se tornando leis. Leis injustas. Costumes injustos.

Incomodado com as injustiças, o pastor e ativista social Martin Luther King Jr. fez essa advertência:

“Pode ser que tenhamos que nos arrepender nesta geração. Não apenas pelas palavras mordazes das pessoas más e pelas ações violentas das pessoas más, mas pelo silêncio aterrador e indiferença das pessoas boas.”

Esse chamamento de Luther King mobilizou multidões que, com manifestações não violentas, conseguiram anular muitas leis injustas que oprimiam os negros americanos.

Mesmo assim, mais de meio século depois, ainda há muita injustiça na humanidade. As gerações de hoje precisam ouvir Martin Luther King. Que as pessoas boas de hoje apresentem suas ideias para o bem comum, sem violência, educando inclusive os opressores, para que não mais oprimam outros, que se libertem da escravidão de ter necessidade de escravizar. E, como recomendou o brasileiro Paulo Freire: que os oprimidos libertos não desejem ser opressores. Que sejam pessoas boas.

Que pessoas boas se manifestem nas reuniões educacionais, empresariais e governamentais. Que as gerações de hoje não se omitam quando perceberem que algo precisa ser corrigido.

Livros.

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