Romance sobre o rigor e a liberdade sobre os dogmas de antigas escrituras. Continuação do livro O Resgate da Existência.
Houve um tempo em que os seres humanos não haviam desenvolvido valores morais de respeito ao outro. Naquela situação, tribos estavam sempre em conflito.

A sobrevivência de uma tribo dependia de defesa forte e ataque igualmente forte, com guerreiros dedicados a lutar, matar e morrer. Isso cabia aos homens. Muitos homens morriam em combate. Era preciso colocar mais homens em seus lugares.

Desenvolveu-se então a tradição de adestrar meninas para se tornarem reprodutoras e cuidadoras de crianças pequenas. Aos meninos, entregavam espadas, arcos e flechas e técnicas para agredir e matar inimigos. Tinham também de engravidar suas mulheres e as mulheres de inimigos mortos tornadas escravas.

Uma imposição complexa. Até 1750, para cada cem mulheres grávidas, uma ou duas iriam morrer no parto. Cerca de 35% das crianças morriam antes de cinco anos de idade. Muitos dos que sobreviviam iriam morrer em batalhas provocadas por homens estúpidos.

Séculos e séculos se passaram desde a pré-história, não há mais por que continuar com costumes da pré-história.

Muitos costumes evoluíram. Chegamos ao ponto de nos organizar em grandes cidades. Bilhões de pessoas já aprenderam que o respeito ao outro, a harmonia na comunidade e a educação para a boa convivência são os melhores caminhos para a paz e a segurança. São pessoas que resolvem seus problemas sem causar problemas para os outros. Nos momentos de conflito, procuram a melhor solução. Usam o diálogo, a fala, a pergunta, a busca de resposta para o bem comum. Suas leis de convivência são baseadas em condenações moderadas e justas, de modo que quem cometeu o erro tenha condição para avaliar o prejuízo que causou e reconhecer a necessidade de correção.

Quando essas pessoas formam casais, criam juntas os seus filhos, compartilhando tarefas. Não há mais necessidade de adestrar meninas e meninos em tradições antigas. Mulheres dirigem caminhões, homens trocam fraldas. Hoje, são atividades tão comuns que as brincadeiras de crianças se harmonizam: meninos e meninas se distraem com caminhões de brinquedo e meninos e meninas trocam fraldas de boneca. Permitir essa naturalidade é promover o entendimento do outro, passo importante para o respeito, a formação de valores morais saudáveis.

Diálogo da imagem:

— Estou admirada, meu genro! Você é muito cuidadoso com meu neto! Como aprendeu?

— Brincando com bonecas quando eu era criança.

Veja em vídeo.

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