Em 2022 se completam 50 anos que eu prestei serviço militar na minha cidade natal, Araxá (MG). Sou da turma de 1972.

Naquela época, as lâmpadas queimadas não eram trocadas nos postes da cidade. Em 2 de setembro de 1972, eu publiquei essa charge no jornal local, o Correio de Araxá. Era minha estreia no semanário. Inspirei-me no grego Diógenes, de 2.300 anos atrás. Com um lanterna, ele procurava um homem de verdade, um homem honesto.

Meus colegas de serviço militar comentavam a charge quando o sargento chefe da unidade me chamou. Imaginei que quisesse conversar sobre a iluminação pública. Éramos mais de 180 jovens, saindo da adolescência. Estávamos sendo treinados para servir a pátria. A busca do entendimento e esclarecimento sobre os desafios da cidade nos tornaria melhores cidadãos.

Porém, o sargento agiu de forma contrária. Disse que eu poderia pegar dois anos de cadeia e seria marcado como terrorista por ter desenhado a charge. Por que ele não foi educativo e foi ameaçador? Talvez quisesse me proteger, já que vivíamos tempos sombrios, sob censura e opressão. Se não houvesse censura e opressão, os velhos de hoje seriam cidadãos mais conscientes, participando de forma positiva na vida pública.

Bem, se isso nao foi bem feito naquela época, podemos fazer melhor agora. Que a iluminação da mente humana evite a repetição dos tempos sombrios do passado. Que as divergências sejam resolvidas no diálogo, em que se procura entender as necessidades do outro, implementando ideias saudáveis.

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