No quarto período do curso de Psicologia, em 2023, Natalina tem muitas perguntas ainda sem resposta. Em princípio, ela já sabe: a história de vida pessoal impacta na escolha das perguntas. Por vezes, pelas curiosidades definidas; em outras vezes, pelo receio de perguntar. A Semana Santa deste ano reativou perguntas de quando Natalina tinha dez anos de idade e provocou outras estimuladas pelo que vem estudando.
– Por que os antigos escreveram que Deus, criador de tudo, teria também criado lei de alguém justo morrer pelos pecados de outros?
– Por que há pessoas que acreditam nisso?
– Que impactos esse tipo de crença pode provocar nas condições psicológica das pessoas, na religião e na identidade de um povo com essa religião?
Ela pensava sobre isso quando passou pela Cidade Administrativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, percebendo que o Palácio Tiradentes é um edifício pendurado.
– Por que homenagearam Tiradentes, que foi morto pendurado na forca, com um edifício pendurado?
Lembrou-se de que havia percebido na escola, ainda criança, que Tiradentes foi retratado semelhante a imagens de Jesus.
– Haveria o culto da morte de Cristo inspirado o culto à morte de Tiradentes?
– Lideranças cristãs e governamentais não percebem a perversidade dessas imagens? Ou o fazem por interesses doentios?
– Como a Psicologia pode contribuir para curar o povo e, também, quem o lidera?
