Você já percebeu sinais de que Deus foi escravizado, de que Deus é dependente de seus escravizadores?

O tema Abolição, Independência e Literatura, do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) de 2022, em minha cidade natal, é um estímulo para refletir sobre essa pergunta. Trato disso pela literatura, nos livros O Resgate da Existência e Os Limites da Crença. Personagens constatam que Deus é sufocado pela poda, desconectado pelo corte de suas raízes, enclausurado como fazem com um bonsai. A árvore miniatura, que obedece silenciosa quem a subjuga na bandeja.

Os indícios da escravização de Deus estão no silêncio dele. Não há voz de Deus nos templos e nem em gravações. E precisamos tanto saber como Deus pensa sobre os temas atuais. Os religiosos falam em nome de Deus, como se ele não tivesse permissão para falar em seu próprio nome. Com isso, colocam em nome de Deus o mistério, a exigência de ser amado, e a imposição do temor, as mesmas características de estelionatários e abusadores. Deus se torna objeto de desonestos.

A ficção me permite conectar crenças, costumes e ciências em construtos na literatura, em que a alforria e a independência são alcançadas pela imaginação. A imaginação que me permite fazer essa pergunta, a pergunta com que cada um pode verificar se é escravizador de Deus, libertando Deus.

Em Os Limites da Crença, Isabel, cujo nome foi inspirado na princesa Isabel, propõe a alforria de Deus, retirando-o da bandeja, para que tenha liberdade de se enraizar na biodiversidade.

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